Projetos de pesquisa

STOCKDALE: ÉTICA APLICADA A SITUAÇÕES EXTREMAS

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: Trata-se de um estudo da obra de James B. Stockdale sobre a aplicação das reflexões sobre a ética em situações de guerra, de cativeiro e em ambientes extorsivos em geral. Uma questão fundamental orientará nossa pesquisa no referido autor: Como se pode manter a dignidade e inquebrantável a vontade em ambientes hostis?

Docente: ALDO LOPES DINUCCI

 

TOLERÂNCIA E POLÍTICA EM JOHN LOCKE

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: O objetivo deste projeto é analisar os conceitos de tolerância e política no pensamento de Locke, especialmente em seus textos de juventude. A ideia central aqui é apreender os partis pris velados do procedimento lógico de seus primeiros escritos, de diagnosticar-lhes o não-dito, de captar-lhes as ideias subjacentes. Há uma razão para isso: os temas da tolerância e política em Locke estão vinculados à ideia de separar o espaço público do privado, à delimitação de esferas e competências, à diversificação de poderes, à difusão de direitos, à disseminação de responsabilidades e obrigações, à educação para além da nobreza. A defesa da tolerância, na Carta sobre a tolerância , fundamenta-se na crítica à intolerância. O argumento está ligado aos sentidos propriamente malévolos da perseguição e da força aplicada à crença, pois eles conduzem à uniformidade, ao estreitamento mesmo da dimensão humana. Enquanto muitos, como Bossuet, argumentavam que a diversidade de religiões e opiniões é a causa da intolerância, Locke sustentava o contrário, que é a perseguição à diversidade que gera o tumulto e a revolta. Esse último argumento conduz à ideia da variedade das coisas do mundo e das opiniões como indispensável à procura da verdade em matéria de religião, podendo diferentes indivíduos examinar os mesmos argumentos, não obstante possam chegar a conclusões distintas. A defesa da tolerância implica também na ideia de divisão de poderes e de competências, ponto fundamental na argumentação lockeana. Assim, trabalhando os textos iniciais de sua produção é possível melhor compreender o seu trabalho de maior fôlego em matéria política, a Carta sobre a tolerância.

Docente: ANTONIO CARLOS DOS SANTOS 

 

RUPTURA E CONTINUIDADE: INVESTIGAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO ENTRE NATUREZA E HISTÓRIA A PARTIR DE SUA FORMULAÇÃO PELO GRANDE RACIONALISMO SEISCENTISTA

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: O projeto se volta para a elaboração das relações entre Natureza e História na Filosofia do Século XVII buscando não somente as concepções seiscentistas, mas também o legado sobre o qual se apóiam, bem como as críticas e retomadas das formulações dos Seiscentos na filosofia posterior, particularmente na Ilustração Francesa, no Idealismo Alemão e em alguns filósofos contemporâneos, como Nietzsche, Merleau-Ponty, Deleuze e Foucault.

Docente: ANTONIO JOSE PEREIRA FILHO

 

ÉTICAS CONTEMPORÂNEAS E SUAS RAÍZES GREGAS

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: Projeto de pesquisa em conjunto com a Universidad Autónoma de Madrid que tem como finalidade desenvolver pesquisa no campo das éticas contemporâneas ressaltando os aspectos de convergentes e divergentes com o pensamento grego.

Docente: CICERO CUNHA BEZERRA, ROMERO JUNIOR VENANCIO SILVA

 

NOS CAMINHOS DO EROS: PLOTINO INTÉRPRETE DE PLATÃO

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: Neste projeto, pretende-se compreender em que medida a leitura realizada por Plotino, na sua Enéada III,5 intitulada Sobre o Eros , expressa sua completa filiação ao pensamento platônico, bem como gera novas e decisivas interpretações graças ao papel que desempenha o Eros no sistema henológico plotiniano.

Docente: CICERO CUNHA BEZERRA

 

HISTÓRIA E CRÍTICA AO OTIMISMO: VOLTAIRE FILOSÓFICO

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: A presente pesquisa volta-se para uma das faces do núcleo filosófico voltairiano, isto é, a discussão em torno do otimismo; o intento é o de mostrar o otimismo não só submetido ao ângulo corrosivo da crítica, expressa num certo pessimismo histórico, mas, também, expor o otimismo como conceito associado à face propositiva da filosofia voltairiana, quando entende os homens enquanto responsáveis pela sua história. Essa responsabilidade apresenta-se subordinada ao crivo de uma razão limitada, incapaz de ascender ao campo insondável da teologia, o que permite uma confiança nos destinos históricos de uma humanidade passível de educar-se racionalmente e, desse modo, guiar-se a si própria; através da reconstituição dos conceitos (responsabilidade histórica e confiança racional), o interesse filosófico do pensamento de Voltaire emerge como filosofia, como filosofia propriamente moderna. É verdade que temos uma filosofia difusa, que não se deixa circunscrever a um número preciso de obras e, seu estudo, especificamente neste projeto amparado numa história comparada das filosofias da história (Voltaire/ Leibniz), não pode ser tratado como um cotejo entre sistemas, mas como o entendimento de um discurso polêmico do qual brota as proposições filosóficas enquanto instrumentos espirituais servindo a intento bem preciso: a história torna-se matéria de reflexão filosófica.

Docente: EDMILSON MENEZES SANTOS

 

ROUSSEAU: A CONSTRUÇÃO DO ESTADO-NAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES SUPRANACIONAIS

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: O projeto em questão investigar a temática que trata do estabelecimento e legitimação dos Estados- nação e das possibilidades de sua superação pela via do estabelecimento do que se chamou Sociedade Geral do Gênero Humano, ou mais circunscritamente, das questões relativas às ligas entre diversas nações tendo em vista fins defensivos ou expansivos. Tais questões, amplamente debatidas na modernidade, constituíram-se como pilares fundadores das atuais discussões desenvolvidas no âmbito do direito público internacional. A presente pesquisa visa, nesse sentido, tratar dos problemas relativos ao estabelecimento dos Estados-nação legítimos e também das principais dificuldades verificadas quando se intenta transcender as barreiras que circunscrevem os Estados particulares rumo ao estabelecimento de organismos supranacionais. Tais questões serão examinadas a partir de alguns dos principais autores modernos, dentre os quais destacamos os escritos de Jean -Jacques Rousseau, tais como o projeto inacabado de suas "Instituições Políticas", e os Escritos sobre o Abade de Saint-Pierre, e textos de autores contra os quais Rousseau escreveu. Nesse sentido, cabe examinar as obras: "Do Direito da Guerra e da Paz" (1625) de Hugo Grotius, o "Do Cidadão" ( 1642) e o "Leviatã" ( 1651) de Thomas Hobbes e o Projeto para Tornar Perpétua a Paz na Europa" (1713) do Abade de Saint-Pierre.

Docente: EVALDO BECKER

 

CRÍTICA DO TEMPO, TEMPO DA CRÍTICA: WALTER BENJAMIN E A FILOSOFIA ROMÂNTICA DA HISTÓRIA

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: Trata-se de uma investigação preliminar a propósito das relações entre o jovem Benjamin e a filosofia dos românticos de Iena, em especial, no que respeita os problemas pesquisados em seu doutoramento. Neste sentido, os conceitos de crítica, reflexão, história e progresso são os visados mais diretamente em nosso percurso.

Docente: EVERALDO VANDERLEI DE OLIVEIRA

 

O PROBLEMA DA OBJETIVIDADE CIENTÍFICA: FRANCIS BACON E O MÉTODO INDUTIVO

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: A historiografia contemporânea da metodologia herdou vários enigmas a serem resolvidos sobre ideias e contribuições de Francis Bacon. Qual é a natureza de sua lógica da descoberta, e qual o valor que ele concedeu às hipóteses e conjeturas na investigação científica, são os principais. No presente Projeto farei uso de estudos históricos e críticos contemporâneos a fim de analisar a obra metodológica de Bacon e determinar a influência das artes heurísticas antigas e medievais no seu método indutivo. Também, e destacando o importante papel criativo concedido por Bacon a virtudes ou desiderata como, por exemplo, a analogia ou a simplicidade, defenderei, contra as principais interpretações existentes, que Bacon esteve particularmente interessa do em dar heurísticas guias ou máximas criativas para a construção de hipóteses científicas. Esta interpretação da herança e da metodologia de Bacon, e de sua recepção e influência em autores posteriores, tal como defenderei, permite compreender e avaliar melhor o significado deste autor para o pensamento científico da modernidade, e as contribuições de seu método para a pesquisa contemporânea.

Docente: SERGIO HUGO MENNA

 

NATURALISMO E TEORIA DA FUNÇÃO APROPRIADA

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: A pesquisa tem como objeto a teoria epistemológica da função apropriada de Alvin Plantinga. Esta é uma teoria da justificação epistêmica, a saber, o que além da crença verdadeira faz alguém conhecer algo. Esta teoria epistemológica tem como um de seus conceitos centrais o de função, ou melhor, o de funcionar adequadamente. Nesta pesquisa, verifica-se a possibilidade de definir naturalisticamente o termo 'funcionar adequadamente'. Plantinga em seu livro Warrant and Proper Function (1993) sustentou que as definições oferecidas em favor de uma definição naturalística de 'funcionar adequadamente' não eram plausíveis. O objetivo da pesquisa é verificar ,decorridos anos de sua afirmação, se a tese de Plantinga ainda se sustenta.

Docente: ADILSON ALCIOMAR KOSLOWSKI

 

LEIBNIZ: LINGUAGENS ARTIFICIAIS, MATEMÁTICA E LÓGICA

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: Podemos afirmar que nosso objetivo geral é mostrar exatamente onde, o porquê e de que modo Leibniz diferencia a investigação das línguas históricas das ?linguagens artificiais?. Podemos mencionar, por exemplo, um ganho com relação a um problema formulado já no Crátilo de Platão e que de certa forma aparece solucionado no De interpretatione de Aristóteles: as línguas (idiomas) não significam por natureza, são ex instituto, significam por convenção. Para alguém que estava escrevendo um tratado de lógica como o Organon tal afirmação era fundamental, mas, se pensarmos na separação feita por Leibniz entre línguas históricas, misto de acaso e natureza, e linguagens artificiais, a solução aristotélica apenas cortava o nó górdio e não extraia as importantes consequências para a Lógica ou Matemática com relação à artificialidade da linguagem que as sustenta. O centro de tal problematização ainda aparece, por exemplo, e em termos posteriores a Leibniz, no aforisma 4.002 do Tractatus logico-philosophicus de Wittgenstein onde é afirmado que as linguagens não convencionais, não artificiais, as línguas históricas, os idiomas, ?disfarçam? (verkleidet) o pensamento. Podemos dizer que é justamente essa problematização que faz a base da procura de um alfabeto dos pensamentos humanos por parte de Leibniz, uma Característica; o que, como muito bem percebeu Frege, traz importantes conseqüências para as investigações relacionadas com os fundamentos da Matemática, ou seja, da Aritmética. No que diz respeito aos nossos objetivos específicos, pretendemos continuar traduzindo textos de Leibniz que nos permitam explicitar aquela distinção entre línguas históricas e artificiais, mas, a partir desse momento, pretendemos nos voltar ainda mais para os textos de Matemática, Lógica ou assuntos mais diretamente relacionados com elas, tais como alguns textos onde Leibniz fala sobre a ?demonstração? e o ?método?. Ou seja, em um primeiro momento, nosso trabalho aparecerá nas introduções e notas que faremos aos textos e, em um segundo momento, pretendemos escrever um trabalho onde possamos sintetizar o que há de fundamental naqueles textos. Além disso, o que realmente gostaríamos de apresentar no final de todo o nosso trabalho seria os princípios, e o que se relaciona com eles, da criação muito consciente, por parte do filósofo alemão, de uma linguagem ou lógica do espaço; até o momento temos encontrado muitos indícios de tal criação. Evidentemente, pretendemos tornar disponíveis essas traduções especialmente a partir de trabalhos desenvolvidos na área Conhecimento e Linguagem do programa de pós graduação stricto sensu do Dep. De Filosofia da Universidade Federal de Sergipe. 

Docente: WILLIAM DE SIQUEIRA PIAUÍ

 

MATERIALISMO COMO PENSAMENTO PÓS-METAFÍSICO

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: Tendo em vista seus pressupostos e desdobramentos tomados de maneira integral, este projeto coloca a hipótese de que se complementam, em Habermas, as críticas ao conceito de razão centrado no sujeito e ao conceito de razão da filosofia da história. Para Habermas, não só ante um conceito excessivamente epistêmico de razão, mas, sobretudo, diante de uml ?conceito de razão da filosofia da história? é que se justifica o ambicioso projeto de uma concepção comunicativa da racionalidade. Além disso, há reconhecidamente o propósito concomitante de uma reconstrução adequada do materialismo, já que, tendo em vista tal conceito de razão da filosofia da história, o materialismo clássico é denunciado apenas como uma ?apropriação materialista da lógica hegeliana? , isto é, como uma continuação do idealismo por outros meios. Paralelamente à crítica ao conceito de razão centrado no sujeito há que se compreender como este mesmo conceito é transposto para a filosofia da história, se bem que despido do enfoque mentalista, mas ainda assim nos limites das formas de autorreflexão. Sendo assim, os esforços por uma concepção alternativa de racionalidade fundada na interação comunicativa não devem ser dissociados do empenho por uma concepção adequada do que vem a ser, então, materialismo, quando retiradas as premissas lógicas da ontologia hegeliana. O objetivo da presente pesquisa é mostrar que materialismo adquire, em Habermas, o mesmo sentido que ?hermenêutica empiricamente controlada?, isto é, como complexidade na formulação de hipóteses a ser empiricamente testadas, o que significa uma substituição da lógica ontológica de matriz idealista por uma lógica das ciências sociais que precisa equilibrar modos e procedimentos heterogêneos das ciências da natureza e da cultura, e cujo ponto de culminância é o que se denomina afinal de pensamento pós-metafísico.  

Docente: ARTHUR EDUARDO GRUPILLO CHAGAS

 

TRADUÇÃO BILÍNGUE E ESPELHADA DE SEXTO EMPÍRICO, “CONTRA OS PROFESSORES”

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: Sexto Empírico, “o filósofo/médico cético”, é um personagem sobre o qual pouco se pode saber. Contudo, apesar das referências ao ceticismo da média academia em Cícero e em Diógenes Laércio, que também discorre sobre o pirronismo (igualmente citado, mas esparsamente, por Eusébio de Cesareia, Galeno e Plutarco), nenhuma outra fonte é minimamente equiparável em riqueza à vasta produção literária de Sexto Empírico, que conserva fragmentos importantes de filósofos mais antigos, desde Tales, bem como dos filósofos helenísticos, como os estoicos e epicuristas. A literatura sextiana, após eclipsada durante toda a Idade Média, reapareceu na Europa do séc. XV. Desse modo, há uma edição latina dos ?Esboços Pirrônicos? (“Pirroniarum Informacionum libri”), datando de 1470, bastante próxima do texto original em grego, que foi utilizada por Hermann Mutschmann na sua edição crítica das obras de Sexto. Há outra versão latina, também de 1470, do mesmo livro (“Pirronie Informaciones”), bem como de fragmentos de ?Adversus Mathematicos? III-V. Outra tradução latina do séc. XV é a de Giovanni Lorenzi, que faleceu em 1501. Do séc. XVI, há a versão latina de John Wolley, que viveu entre 1530-96, bem como uma tradução de cerca de 1550, ainda não estudada, dos “Esboços Pirrônicos”, de Paéz de Castro, um grande humanista espanhol que lia hebraico, grego, caldeu e árabe e que fazia parte do círculo de Florian de Ocampo, Juan de Vergara, Alvar Gómez, Ambrosio de Morales, Diego Hurtado de Mendoza, e do cardeal de Burgos, de quem se tornou bibliotecário. Provavelmente, o manuscrito grego que Paéz utilizou para a tradução é um que pertenceu até o séc. XVII ao Convento de S. Vicente de Plasencia e hoje é identificado como “Ms. Madrid Bib. Nac. 4709 (O 30)”. Apesar disso, com a exceção de Gianfrancesco Pico della Mirandola, que lia grego e pôde ler Sexto no original, a tradução mais largamente difundida foi a versão latina de Estienne de 1562, que é a fonte mais provável de Sanchez, Montaigne, Charron e, mais tarde, Gassendi e mesmo Descartes, embora não se saiba ao certo quais autores céticos ele tenha realmente lido. Do séc. XVII há a edição das obras de Sexto de 1621 dos irmãos Chouet, também a edição inglesa completa dos “Esboços Pirrônicos” na popularíssima “História da Filosofia”, de Thomas Stanley (publicada de 1655 a 1660 e reimpressa em 1687). No séc. XVIII, tem-se a edição de J. A. Fabricius do texto grego, com tradução latina, das obras completas de Sexto Empírico. Além disso, houve a tradução francesa das obras completas de Sexto, de 1725, e uma tradução em três livros dos “Esboços Pirrônicos”, por Claude Huart (“Les Hipotiposes ou Institutions Pirroniennes de Sextus Empiricus en trois livres, Traduites du grec”) que tem duas revisões detalhadas, uma de 1726 (Leipzig), e outra de 1727 (nas “Memoires de Trevoux”) em que o pirronismo é atacado por vinte e seis páginas, posto que ameaçaria a verdadeira religião.   

Docente: RODRIGO PINTO DE BRITO

 

REI, POVO E SOBERANIA POPULAR: ROBERT FILMER CONTRA JOHN MILTON

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do Projeto: Em geral, Filmer ficou conhecido por ter sistematizado uma doutrina absolutista alicerçada no simbolismo bíblico de Adão e na analogia entre a pessoa do rei e aquela do pai, o denominado patriarcalismo político. Por sua vez, os seus “inimigos” foram todos aqueles cujas obras estabeleciam direitos naturais ou civis à multidão, como ele frequentemente qualificava o conjunto da população de um Estado. Assim, tentou ?corrigir? as interpretações sobre a filosofia política de Aristóteles e discutiu a concepção de Edward Coke a respeito da relação entre a common law e os poderes governamentais. Combateu Philip Hunton , Hugo Grotius e Thomas Hobbes . Entre os religiosos, Filmer cita os reformadores João Calvino, George Buchanan e todos os divulgadores da “disciplina de Genebra”; igualmente, a doutrina dos jesuítas entre os quais destacar-se-iam três personagens distintas: o Cardeal Roberto Belarmino, o professor da Universidade de Coimbra Francisco Suárez e o líder jesuíta na Inglaterra Robert Parsons (Cf. Patriarcha, p. 3) . Com efeito, o objetivo deste projeto é aprofundar a discussão no contexto das respostas Filmer aos seus adversários republicanos e liberais, enfatizando essa investigação na crítica a soberania popular em John Milton (1608-1674).    

Docente: SAULO HENRIQUE SOUZA SILVA

 

STUDIUM PHILOSOPHIAE MEDII AEVI: METAFÍSICA DA CRIAÇÃO, IN PRINCIPIO ERAT VERBUM

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: O Projeto tem como objetivo estimular a atividades de pesquisa em filosofia medieval, no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe. Pretende-se estimular espaços acadêmicos propícios a produção filosófica e a exegética sistemática de textos filosóficos latinos. Visa sobretudo tornar conhecido o vigor especulativo de problemas filósofos medievais, sistematizados por autores como Agostinho de Hipona (354-430), Severino Boécio (480-525), Anselmo de Cantuária (1063-1109), Tomás de Aquino (1242-1274) e Duns Escoto (1265-1309) os quais giram em torno da doutrina da criação. O projeto de pesquisa ainda A doutrina da criação estimulou os pensadores medievais à reflexão filosófica em torno das mais variadas áreas do conhecimento, no âmbito da ontologia, cosmologia, epistemologia e da antropologia. Entre os problemas mais destacados na Idade média estão os seguintes: O problema da criação ex nihilo e da matéria informe; o problema da relação da eternidade de Deus com o tempo; a relação entre o Uno e o múltiplo, ou seja, o salto ontológico entre a criatura e o criador. i) O problema da criação ex nihilo e da materia informis. Diante dessa problemática, Agostinho procura entender que o movimento da materia informis impresso pelo Verbum Dei não leva a outra coisa senão às cópias da unidade do Uno, segundo o grau de sua essência. É a forma (ideia) eterna que imprime à materia informis sua semelhança e lhe confere unidade e ser, isto é, lhe confere substância. Portanto, pode-se dizer que os seres formados existem de modo ideal no Ser e de modo semelhante na própria substância. Contudo, o segundo modo é inferior ao primeiro, dado que os seres criados são cópias imperfeitas dos seus modelos (ideias) eternos no Verbum Dei. Partindo desse fundamento Agostinho constata a existência da natura creata a partir do nada (natura creata ex nihilo). A fórmula ex nihilo, por um lado, significa não apenas uma ausência de matéria primordial que dê origem à natura creata, mas, principalmente, que tal origem não pode ser explicada fora de Deus; ii) O problema da relação da eternidade de Deus com o tempo. A questão emerge da compreensão como nos relacionamos com a noção de tempo, visto que se distingue a forma como Deus se relaciona com o tempo ? a eternidade. O filósofo escolástico Severino Boécio (480-525) escreve em Consolação da Filosofia dizendo que é preciso relacionar a Presciência de Deus com a forma limitada como concebemos a dimensão do tempo. No mesmo capítulo V da "Consolação da Filosofia" tenta definir o que é ser eterno como propriedade exclusiva de Deus. Isto é, define eternidade como a posse inteira e perfeita de uma vida ilimitada. Não importa que decisão tomemos; temos completa liberdade de tomá-las. Qualquer que seja ela, todavia, já está no conhecimento de Deus em seu presente eterno. O argumento que põe em esferas distintas o tempo alcançado pelo conhecimento humano, ou seja, o que pode ser pensado por nós e o eterno divino que abarcaria de uma só vez todo o tempo passado, presente e futuro. O simples fato de vislumbrar a possibilidade de um Deus já presente no nosso futuro que ainda é desconhecido para nós, é suficiente para aceitar sem refutação cabível a presciência divina, e esta sem qualquer vinculação com a nossa livre vontade de escolha. Contudo, o tempo não pode servir de base para se medir a eternidade, isto é, tempo e eternidade são incomensuráveis (incomparáveis), pois Agostinho entende a eternidade ligada à permanência e o tempo ligado ao movimento, de modo que a extensão de um tempo, chamado curto ou longo, é associada a poucos ou muitos movimentos. Logo, a eternidade não é uma extensão infinita do tempo, como pensavam os maniqueus ao demarcarem uma “linha infinita” do tempo com o “tempo do meio”. Não há tempo antes de existir a natura creata, isto é, a natura creata não foi criada no tempo e sim com o tempo.     

Docente: NILO CÉSAR BATISTA DA SILVA

 

FILOSOFIA E VIDA COMUM EM DAVID HUME

Linha de pesquisa: Conhecimento e Linguagem

Descrição do Projeto: Têm sido cada vez mais comum, entre os comentadores da obra de Hume, interpretações que procuram mostrar que o pensamento do autor evidenciaria esforços consideráveis no sentido de aproximar filosofia e vida comum. Nesse sentido, a filosofia de Hume, além de buscar demarcar como conhecimento possível aquilo que está no âmbito de uma experiência que é compartilhada pelo homem comum e pelo filósofo, teria procurado, especialmente em textos posteriores ao Tratado da Natureza Humana, cunhar obras que teriam por objetivo não apenas angariar o respeito dos eruditos, mas também contribuir com a formação daqueles que buscavam na filosofia algo como uma educação para a vida. Como se sabe, boa parte dos intérpretes que aproximam Hume dessas posições está inclinada a aceitar interpretações naturalistas (ou, mais recentemente, até mesmo realistas) da obra do autor. O que pretendemos, ao longo desta pesquisa, é mostrar que é possível conciliar uma interpretação cética da filosofia de Hume com as tentativas de mostrá-la como tributária da vida comum.

Docente: MARCOS BALIEIRO

 

EDUCAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL

Linha de pesquisa: Filosofia da História e Modernidade

Descrição do projeto: A presente pesquisa visa refletir sobre o tema da desigualdade social e pensar se a Educação pode servir como elemento profilático. Para tanto, serão utilizados filósofos da Modernidade para tentar elucidar a questão.

Docente: CHRISTIAN LINDBERG LOPES DO NASCIMENTO